O senhor é meu pastor e nada me faltará...


anjos - Recados Para Orkut


"Educar com amor".

"Educar com amor".

Um cantinho especial para uma boa e agradável conversa!!!

terça-feira, 26 de junho de 2012

E a violência nas escolas agora é culpa… da escola! Que FANTÁS TICO!!!


Pois é, neste programa de “variedades” tão tradicional na televisão brasileira, há décadas tratando assunto sério como “show”, vemos mais uma inversão nas verdades sobre educação.

E, mais uma vez vamos, subliminarmente, incutindo na percepção do brasileiro que a escola é culpada por tudo.

Agora, até mesmo pela violência que acontece dentro da escola.

“Um aluno entrou em conflito com outro: paro a aula, porque mais importante que a aula, é o processo educacional”, diz a professora entrevistada (3’40”).

Concordo. Mas… depois virão nos cobrar porque não aprenderam o MMC, seno, cosseno, rochas metamórficas, orações subordinadas adverbiais, a história afro-brasileira, a classificação dos animais…

Ora, nesta meritocracia medíocre que os grandes gestores da educação do Brasil estão implantando, não há espaço para o social, para a violência, para a resolução de conflitos.

Professor bom – e merecedor dos “bônus” – é aquele que consegue fazer com que os alunos tirem as tais “notas boas” nas provas. E as provas não provam nada da nossa relação com violência e a paz, como eu já disse algumas vezes por aqui.

Voltando ao programa, segundo o “especialista” e “pesquisador” (já perceberam que tem sempre um especialista e pesquisador pra falar mal da escola, dando legitimidade às especulações?) a violência dentro da escola depende de como a escola encara a violência:

“A violência na escola não está atrelada, necessariamente, à questão social. Está mais relacionada, os estudos mostram, à condição de organização do espaço escolar e da gestão deste espaço do que às condições sociais ou do próprio entorno deste espaço”, diz o pesquisador (5’25”).

Percebo que ele entende como “questão social” somente se o aluno é rico ou pobre, excluindo desta “questão” a cultura, a televisão, as gangs, o preconceito, a corrupção, as bebidas, os pais, o estresse do dia a dia, a violência do trânsito e todas as outras possíveis “questões” que influenciam uma pessoa, independente se esta tem ou não dinheiro.

Então, meus amigos, segundo a reportagem a violência NÃO É fruto…

da violência gratuita que entra nas casas deles via televisão – também vindo da própria emissora, por exemplo, através de novelas, de programas como UFC ou jornais onde a violência é o mote – tudo tão bem trabalhado para ganhar audiência e lucros;
da violência social a que os alunos estão acometidos todos os dias;
da violência ou sentimento de violência que a corrupção e impunidade generalizada nos invade;
da violência que as favelas – onde grande parte mora, ao menos no Rio – é acometida todos os dias, tanto por parte do tráfico quanto do governo (da polícia);
da violência que sofrem DENTRO DE CASA, da família;
por fim, da cultura de violência que nossa sociedade tanto admira, persegue e cultiva.
Não, meus amigos, a violência nas escolas, segundo a emissora e seus especialistas, é culpa da própria escola!

Pois eu, que tenho olhos inversos de ver ao contrário, percebo diferente: as escolas onde a violência não é parte do cotidiano são justamente aquelas que conseguiram, através de um trabalho seja lá qual for, vencer a violência que a SOCIEDADE, como mostro acima, enfia de forma violenta ou graciosa na cabeça das crianças.

Não, não tiro a importância da atuação da escola, mas a violência não É da escola, mas TAMBÉM ESTÁ dentro da escola.

Então, a culpa de NÃO HAVER violência dentro de determinada escola, esta sim, é daquela escola.

Mas a culpa de HAVER violência na escola, é de toda a sociedade e, especialmente, DA TELEVISÃO, que traduz violência em cultura.

Faz uma grande diferença observar este pequeno detalhe, malandramente “esquecido” por todos.


Fonte:http://diariodoprofessor.com

quinta-feira, 7 de junho de 2012

Livro: História Social da Criança e da Família - Philippe Ariès.



Um livro que trata a trajetória da infância, além da maneira como a criança, foi ganhando seu espaço no contexto social. Vale a pena ser lido, por todos os profissionais da area da educação, inclusive por aqueles que pretendem seguir com seus estudos na area.

"História Social da Criança e da Família"
Philippe Ariès - Segunda Edição.

"Eu te amo" é clichê.



Costumamos dizer, mais por mania que por entendimento do que possa significar, que mais vale um ato que mil palavras. Lembremos: dizer também é um ato. Com palavras e tão somente, Deus fez o mundo. Agir é excelente, lutar por quem ama, etc. Porém, as vezes quem nos ama, ou quem precisa, mesmo quem não merece apenas precisa ouvir uma boa palavra. Dizer "Eu te amo" é muito gasto, sei que parece clichê, todavia é só o que muita gente precisa ouvir para ter o seu dia melhor, para desistir talvez até de um suicídio.

Claro, claro, o objetivo, naturalmente, é fazer o outro feliz. Não diga que ama, não diga que gosta para ganhar uma “moralzinha”. Não, aí você não estará indo por um bom caminho.

Certa vez, neste ano de 2011, no estágio, numa turma de 1º ano ( antigo C.A) um menino com dificuldade no aprendizado e com 2 anos de atraso de repente me disse:

_ Nenhum pai presta!

Ao que me dispus a indagar:

_ Quem te disso isso?

Aluno: _ Minha mãe!


Abaixei-me para ficar de igual para igual com ele e perguntei tentando fazer com que ele entrasse em conflito com este pensamento que a mãe lhe passou. Com isto não era a minha intenção menosprezar algo ocorrido, aliás, para a mãe ter dito aquilo, provavelmente alguma coisa deve de ter acontecido:


Eu:_ Você vai ser pai um dia?- ele consentiu- então você não vai prestar? Eu também quero ser pai e eu não vou prestar?

O menino me respondeu com sorriso de criança e, devido ao grupo social que nasceu me disse:

_ É nós! É mesmo tio!

Eu apenas o corrigi, em tom de brincadeira, dizendo que o certo era dizer 'Somos nós" ao invés "É nós".



Fiquei pensando nisso por dias e dias. Para mim, guardar isso já me bastava. Fiquei na esperança, sabendo que meu estágio uma hora iria acabar e que talvez eu nunca mais tivesse notícias do menino, sim, mas esperança é de que isso cause mudança na maneira dele pensar.

Mas não foi apenas isso, para a minha surpresa, a mãe me procurou emocionada me dizendo que tinha errado em ter falado isso. A mãe me disse que um dia, ela esbravejou mais uma vez que "nenhum homem presta", "que o pai do menino num presta", "que nenhum pai presta", pois além de ter tido um pai que alcoolizado que a espancava na infância, teve de igual modo um marido que assim fazia e que, ao divorciar-se, sumiu deixando-a sem mesmo uma ajuda de custo, nada.

Neste dia em que, mais uma vez repetia essas frases, o menino a interrompeu com autoridade, nervoso e gritou:

_ Mas eu vou ser pai e vou prestar!


Com apenas 8 anos de idade seu pai lhe faltava, desde ainda menor não mais o vira e ainda tinha sempre que ouvir isto? Deve ser pesado para uma criança!

Não é a toa que Paulo Freire bate tanto na tecla do diálogo. Dizer também é um ato!


Fonte:presoporfora.blogspot.com.br

Educação Humanista ou Programação de Robôs?



Com quase 50 milhões de pessoas com analfabetismo, entre eles analfabetos e analfabetos funcionais, mais a grande parte de jovens que sequer iniciaram ou não concluíram o ensino médio, somado ainda ao modelo de educação retrógrado, largado e sucateado a décadas, sem grandes investimentos ou investimentos necessários ao desenvolvimento da criança e do adolescente: sim, a falta de perspectiva e a ociosidade estarão na pauta do cotidiano. Uma educação voltada ao desenvolvimento das capacidades humanas e valores humanos trará o prazer pelo trabalho e, portanto através deste prazer pelo trabalho a tão discutida inserção social no Brasil.

A visão da tendência pedagógica tecnicista, visão que trás a impressão de que o educando é apenas mais uma peça na grande engrenagem econômica e social, de que o cidadão deve dar tudo de si para a pátria e estar satisfeito de a pátria nada corresponder à ele, deveras que é um fator fundamental na causa do empobrecimento do Cidadão como cidadão (Seja este Criança, Adolescente, Jovem ou Adulto), da sua humanidade e empobrecimento também de sua consciência de coletividade.

No entanto, uma educação trabalhada de acordo com os contextos sociais de cada jovem, onde a arte é componente de igual importância, lado a lado e entrelaçada as demais disciplinas, tendo ainda como essencial os valores da liberdade humana e o prazer de cada humano criar, produzir, reproduzir e desenvolver com suas próprias capacidades, sim, surge o prazer pelo trabalho, estabelece-se gradativamente no aluno o entendimento do valor de cada função das atividades de uma sociedade em movimento. A vida social começará a fazer sentido.

Devo enfatizar que quando digo arte como importante e entrelaçada em todas as disciplinas, não digo apenas da música, artes plásticas, da dança e o tudo mais. Quando um estudante, movido por uma explosão de curiosidade procura informações e mais informações e consegue a partir daí, do encontro com as informações a respeito de qualquer disciplina, a dar hipóteses, a brincar com as informações e montarem suas pequenas teses, claro, cada um de acordo com sua idade, mas quero dizer que tudo isso é arte. Nesta loucura do conhecer, após do conhecimento satisfatório da informação que o estudante procurava, ele poderá brincar e manusear estas informações das mais diversas maneiras. Isto é a culminância, é o “colocar em prática” de alguma forma o que conheceu.

Um exemplo pode ser uma criança que aprendeu “Adição e Subtração” e quando na saída do mercado conta o dinheiro e compara com o preço dos produtos que comprou, percebe que falta troco e explica isso ao caixa do mercado. Sim, isso é uma explosão, isso é a produção, trabalho, manuseio, manipulação a partir do que se conheceu e, todo manuseio benéfico do que se conheceu: é a mais pura arte! É provável que um cientista sinta-se assim.

É dever de todo professor instigar seus alunos a serem detetives, a provocar nos alunos uma curiosidade compulsiva, a ponto de questionarem o próprio professor. Quando o professor começar a ser questionado, então ele pode se certificar de que está cumprindo sua missão. A curiosidade pode ter matado o gato, mas fez a humanidade galgar patamares bem altos e a fazer descobertas sublimes: não somos reles animais como um gato!

Desta forma, que não é um modelo fixo, pois com novas descobertas das ciências da educação sempre haverá o que se agregar aos antigos conceitos, ou até mesmo destruir antigos conceitos, crianças e adolescentes terão incutidos tanto o valor de si como seres individuais e suas importâncias, quanto também a consciência de que não somos meras peças da máquina social que funciona para enriquecer os ricos e dar esmolas aos pobres, porém a consciência de que somos organismos vivos e pulsantes que com a prática da liberdade, uma sociedade que se faz com cooperação em detrimento da competição, com solidariedade, respeito e cuidado dos seres para como todos os seres, pois todos são sumamente necessários para a vida desta grande Roma tropical, isto é, o Brasil nas palavras de Darcy Ribeiro, e necessários para a grande casa Terra.

A educação é sim para o trabalho, mas para o prazer e consciência da necessidade e do papel dele para cada ser humano e, portanto, a grande forma de inserção social. No mais, fica a máxima de Paulo Freire:

“Ninguém liberta ninguém, ninguém se liberta sozinho: todos libertam-se em comunhão!”.

Créditos:Lucas Gonzaga